terça-feira, 15 de março de 2011

HEIDEVOLK - Nehalennia (Official)

A banda Heidevolk, criou um videoclipe em homenagem a deusa Nehalennia. Nele a deusa aparece como uma jovem ruiva, muito bela.


Site oficial : http://www.heidevolk.com

Nehalennia (Nehalennia) - "A protetora dos Viajantes"

Reverenciada como a protetora dos marinheiros e viajantes do mar, Nehelennia pode ser considerada uma versão mais suave de Hel. Era representada acompanhada por cachorros (símbolos do mundo subterrâneo), segurando um cesto de maçãs (simbolizando a vida e imortalidade) e tendo ao lado a imagem de um barco. Nehelennia era cultuada antigamente em uma ilha perto da Holanda e invocada antes das viagens. Infelizmente, seu culto foi esquecido e muito pouco se sabe a seu respeito, apesar de ser nome ter dado origem a Netherlands, os Países Baixos. Escavações arqueológicas revelaram centenas de menires e altares com inscrições a ela dedicadas, comprovando a permanência de seu culto no litoral do Mar do Norte até os primeiros séculos desta era. Foi encontrado, também na Holanda, um altar intacto, datado do século I A.E.C. e coberto pela areia, com uma estátua de Nehelennia sentada em um trono, segurando uma cesta de maçãs e acompanhada por um cachorro. Nehelennia era invocada pelos marinheiros e todos aqueles que viajavam no mar. Mas ela era também uma Deusa da abundância e da plenitude, conforme comprova a cesta com frutas em seu colo.


Elementos: água, terra.

Animais totêmicos: cachorro, cavalo-marinho, gaivota.

Cores: verde, azul.

Árvores: frutíferas.

Plantas:cereais.

Datas de celebração: 06/01.

Pedras: malaquita, turquesa, água-marinha.

Símbolos: maçã, barco, vegetação, cesto, mar, ilha, círculos de menires (chamados hunnebeds)

Runas:Raidho, Hagalaz, Laguz, Yr, sendo que as três primeiras podem ser usadas em talismãs de proteção para viagens no mar.

Rituais: proteção em viagens marítimas; para atrair abundância e melhorar a produtividade.

Palavra Chave: plenitude.

Fonte: Mistérios Nórdicos de Mirella Faur.

A grafia do nome Nehalennia

Nehallenia ou Nehalennia – as duas grafias são possíveis e acreditam alguns estudiosos das runas, que a grafia com dois N, reforça o sentido da runa Nauthiz que significa necessidade de aprendizado com dor, obstáculos, etc, preferindo a grafia com dois L, reforçando o sentido da runa Laguz que significa água, fluidez, feminilidade.

Creio que este entendimento faz muito sentido para os que estudam runas o que ainda não é o meu caso. Embora aparentemente negativo o sentido da runa Nauthiz, continuo a grafar Nehalennia com dois N, por confiar na sua proteção e na força que terei para superar os obstáculos e aprender com a dor amenizada pela Deusa que honro.

Não acredito que alguma divindade nos impeça de sofrer. Acredito que elas nos fortalecem e nos protegem durante as tempestades para que possamos superar as dificuldades e tirar delas, grandes lições. Por isso, mantenho a grafia Nehalennia. Em todas as fontes de pesquisa a grafia é sempre com dois N.

Relação com outras deusas

Compartilho do pensamento que todas as deusas são uma só e todos os deuses são um só. Por outro lado, cada povo criou o seu panteão, fracionando o poder supremo em faces diversas que pudessem dar ao homem a compreensão da divindade em sentidos mais profundos.

As dualidades (bem e mal, paz e guerra, vida e morte, bem e mal e ainda tantas outras) sempre foram um grande mistério para a humanidade. De forma prática os homens da antiguidade construíram sua sabedoria em torno da aceitação da dualidade como equilíbrio do mundo onde vivemos, em vez de negar uma face para que outra sobressaísse. Assim, evocaram divindades da vida, da morte, da paz, da guerra, da prosperidade, dos infortúnios, do frio, do calor, e inúmeras outras.

Toda divindade evocada possui egrégora, energia própria e por esta razão não sou adepta de sincretismos como por exemplo: ‘Ártemis é a Diana grega’. Não compartilho deste entendimento, porque gregos e romanos são povos diferentes que pensam e sentem as suas divindades de formas também diferentes. Embora Diana e Ártemis sejam ambas donzelas dos bosques, caçadoras, cada uma foi cultuada por um determinado povo com seus costumes, criando assim uma egrégora própria.

Assim, devemos buscar entender os elementos que cercam a divindade e a cultura onde a mesma foi venerada inicialmente, para recriar um culto para as mesmas.

É certo que morando no Brasil, prestar culto à Nehalennia não é fácil, ainda mais, sem qualquer proximidade com a cultura dos povos nórdicos, escandinavos, vikings ou outros. Mas evocando Nehalennia pelo seu nome e acreditando que é única, e não a Yemanjá nórdica, estarei atraindo a egrégora de Nehalennia para que esta se mostre a mim e vá me guiando neste caminho de descoberta e reconstrução do seu culto.

Apenas para conhecimento, faço algumas conexões de Nehalennia com outras divindades que possuem alguns aspectos próximos ou símbolos idênticos.

Idunna – Deusa nórdica protetora das maçãs sagradas que alimentam os deuses nórdicos e lhes dotam com os dons da eterna juventude. A maçã, fruta retratada em várias culturas, ganha mais um significado na cultura nórdica, sendo alimento divino e fonte de juventude, quando em outras culturas simboliza o conhecimento, a sabedoria e até mesmo a luxúria. Nehalennia também carrega um cesto com essas frutas.

Fortuna - A deusa romana da sorte (boa ou má) portadora de uma cornucópia de moedas e muitas vezes representada com um leme, mesmo símbolo de Nehalennia. Muitos crêem que são deusas similares.

Hécate – Deusa grega dos caminhos, a que atua nas escolhas difíceis e guia os devotos. Esta função se assemelha a uma das funções de Nehalennia.

Yemanjá – O velho hábito de tentar se explicar o inexplicável, faz com que muitas vezes as pessoas entendam Nehalennia como a “Yemanjá nórdica”, pelo simples fato de Nehalennia ser para os povos dos países baixos a deusa do mar.

Morrighan - Curiosamente, ainda não notei semelhanças mas ambas em acompanham e me guiam e sempre acontecem coincidências como: 06 de janeiro ser o dia de celebração de ambas, o livro A Sacerdotisa de Avalon falar de Nehalennia mas ter uma passagem forte de evocação de Morrighan para amedrontar e vencer os inimigos de guerra, etc.

Ellen dos Caminhos – Esta deusa, ainda que com alguma relutância, me parece ser a mais similar a Nehalennia, pois possui diversos aspectos desta e possivelmente só possua o nome regional diferenciando. Ellen seria o nome celta e Nehalennia o nome nórdico para a mesma divindade.

Hell – Deusa nórdica do submundo a quem Nehalennia é comparada como sendo uma versão mais suave.

Muitas outras deusas podem ter alguma similaridade. Vale a pena pesquisar!

Altar para Nehalennia


Uma representação da Deusa (consegui uma fada que portava uma cesta de frutas e tirando-lhe as asas, tenho uma representação simples, mas eficaz).

Representação dos quatro elementos:

Elemento água - um recipiente com água salgada e conchas

Elemento fogo – uma vela azul ou verde

Elemento terra – um potinho com alecrim ou uma maçã

Elemento ar – incenso de alecrim ou maçã (gosto de maçã com canela também)

Objetos que lembrem o mar, como: barco, leme, estrela do mar, conchas grandes daquelas de decoração ou qualquer outro que sua imaginação permitir.

Gosto de altares simples e sem muita formalidade.

Entendo que o altar não é o local de maior agrado dos deuses, mas de agrado pessoal, como um símbolo de conexão com a divindade. Não monto altar para Nehalennia, mas o utilizo como um elemento que me lembrará dela toda vez que o avistar.

Oferendas e pedidos

Para agradecer ou fazer um pedido podem ser usados:

Vela azul clara para conexão, pedidos de orientação, abertura de caminhos.

Vela verde para cura ou prosperidade.

Uma maçã ou frutas em geral nos pedidos de abundância.

Um potinho com alecrim fresco ou seco para agradecimento ou pedido de cura.

Incensos de alecrim, maçã verde ou vermelha, maçã com canela.

Potinho com conchas e água com sal como símbolo de Nehalennia.

Uma miniatura de leme ou barco como símbolos da Deusa.

Faces de Nehalennia

Após pesquisas e conexão com a egrégora de Nehalennia, pude ver algumas das faces da deusa que tanto é "a condutora" quanto "a amante". Segue informações de algumas dessas faces de Nehalennia.

A condutora

Nehalennia, senhora dos caminhos, detentora do leme. A deusa se mostra a condutora de nossos destinos, mostrando-nos a direção a seguir. Nesta face, pode ser evocada para nos direcionar, quando nos encontramos em dúvidas sobre diferentes caminhos e precisamos escolher, ou quando não vislumbramos um caminho a seguir. A portadora do leme, pode nos guiar em diversas direções, pois a nossa vida não está restrita a caminhos ou com estradas já traçadas, mas como um mar aberto, apresenta infinitas possibilidades de direções, cabendo a nós traçarmos a nossa rota, provisionar o barco de nossas vidas e nos entregar ao sabor dos ventos com fé e confiança de que Nehalennia nos conduzirá ao destino escolhido, confiando também que na sua infinita sabedoria, a Deusa poderá nos proteger e impedir que cheguemos ao caminho se não for para o nosso bem.

A protetora

Nehalennia, reverenciada como protetora dos grandes mercadores e evocada para a travessia segura do Mar do Norte, é a mãe que protege seus filhos de todos os perigos. Ela nos permite nos lançar no mar da vida, afastando os perigos, amenizando as tempestades ou o que acontece mais comumente, permitindo que experimentemos as dificuldades para que possamos crescer fortes e livres. A face protetora de Nehalennia não é a que impede seus filhos de se machucar, mas os fortalece pela dor, soprando suas feridas com seu hálito fresco e doce de esperança e confiança renovadas.

A mãe

Nehalennia é representada como deusa da fertilidade da terra, sendo cultuada pelos povos morini, nos países baixos, um povo tipicamente agrícola e representada nos seus menires e altares, portando uma cesta com pães e frutas, símbolos de fartura a abundância. É também considerada a deusa das árvores frutíferas. Assim pode ser evocada, para trazer o alimento do corpo e da alma às nossas vidas, bem como trazer fartura às nossas colheitas. Ela nos nutre com a força da terra, tal qual a mãe que aconchega e alimenta o filho em seus fartos seios.

A curadora

Nehalennia é evocada ainda como senhora da cura, uma vez que a conectam às ervas. Assim, Nehalennia cura a todos que a evocam, mas provavelmente não se trata somente de uma cura instantânea e superficial física, mas também de cura emocional, capaz de efetivar grandes e profundas transformações na vida daqueles que buscam a cura efetiva de medos, traumas e frustrações. A erva dedicada à Nehalennia é o alecrim, o que comprova a cura emocional, visto que o chá de alecrim tem propriedades curativas capazes de promover a alegria, o aumento de ânimo e o aumento de imunidade. O alecrim pode ainda ser utilizado em banhos ou mesmo num incenso para meditação. Um bom mergulho no mar, também opera milagres, renovando as energias e reenergizando- nos. Não havendo possibilidade de um banho de mar, um banho de rio ou cachoeira também é válido, pois todas as águas do mundo são uma só e integram o líquido uterino da Deusa.

A amante

Nehalennia como divindade ligada ao mar, às águas, pode ser evocada para trabalhar as emoções, atrair bons sentimentos, o amor e a beleza. Ela também pode acalmar emoções exacerbadas e nos colocar no leme, no controle das nossas emoções. Ela nos ensina a sedução, a fluir com a vida e experimentar o que os bons ventos nos trazem. Ela nos presenteia com dias de céu claro e sol brilhante e noites de luar intenso com estrelas cintilantes.


A iniciadora

Honrar Nehalennia é mergulhar sem medo no abismo mais profundo do mar mais escuro de si mesmo. É encontrar-se consigo e não temer. A jornada de autoconhecimento com Nehalennia exige coragem e entrega total. Exige que entreguemos o leme de nossas vidas em Suas mãos, quando nos sentimos incapazes de tomar uma direção segura, da mesma forma que devemos tomar as rédeas quando estamos fortalecidos. Nehalennia mostra os limites, e nos ensina a nobreza de sermos responsáveis pela nossa condição. Nós mulheres, pelas nossas peculiaridades femininas, carregamos em nossos corpos um mar. Ora, revolto com águas frias e ondas ameaçadoras, ora, tranqüilo com águas mornas e cristalinas. Nehalennia como uma divindade das águas, pode acalmar ou agitar o nosso mar interior, quando houver necessidade.

A finalizadora

Um dos lados sombrios de Nehalennia é a sua face como senhora da morte, aquela que conduz a alma ao outro mundo. A morte é um assunto cercado de medos e tabus, quando na verdade é a certeza maior da vida e plenamente natural. Os povos nórdicos e celtas que a cultuavam viam várias formas de morte, como uma grande honra, como por exemplo, os guerreiros que morriam em batalhas, lutando pela liberdade de seu povo ou pela conquista de um novo território. A morte não era temida, mas enfrentada com honra e glória. O cão que acompanha a Deusa nas suas representações é símbolo do submundo, da passagem da vida para a morte. Nehalennia em seus altares é representada com soberania e harmonia com o cão, ensinando-nos a não temer a morte, mas a aceitação dessa etapa. Como divindade da morte, podemos evocar Nehalennia para que nos fortaleça nas mortes simbólicas de nossas vidas, quando precisamos deixar o “que o velho morra para dar lugar ao novo”.


A face negra

Nehalennia ainda se mostra sob o aspecto obscuro e não menos necessário que os demais. Em oposição aos aspectos mãe, protetora e guia, Nehalennia pode mostrar a fúria do mar, causando confusão nos caminhos, fazendo se perder o mais experiente dos navegantes. Como senhora que abre os caminhos ela também pode fechá-los. Este aspecto embora temível, pode ser útil nos momentos que nos sentimos desprotegidos e precisamos confundir as energias nefastas e inimigos inescrupulosos. Quando nossas vidas se encontram em verdadeiro tumulto, é este o aspecto da Deusa que nos afastará as brumas mentais e nos permitirá reencontrar o caminho.


A Sacerdotisa de Avalon

Este romance mágico da autoria de Marion Zimmer Bradley e Diana Paxson narra a história de Helena, mãe de Constantino, imperador romano. Helena fora uma sacerdotisa iniciada nos mistérios de Avalon e ao deixar a ilha para cumprir o seu destino, viajara por diversos países, tendo se dedicado a prestar culto a Nehalennia, ainda que isto apareça pouco no livro.